A constipação
intestinal, também conhecida como prisão de ventre, é um problema que atinge
uma parcela considerável da população moderna, apresentando como consequência
inchaço e dores abdominais em um primeiro momento, podendo evoluir para mau
humor e irritabilidade, mesmo em crianças.
Para entender
melhor o assunto, vamos entender como funciona o nosso intestino. O intestino é
dividido em duas partes: o delgado e o grosso. O delgado é a primeira parte do
intestino, começando logo após o estômago, podendo apresentar tamanho
aproximado de 6 metros; é o responsável pela maior parte da absorção dos
nutrientes que consumimos. Já o grosso, caracteriza-se principalmente pela
absorção de água e alguns outros nutrientes.
Nos intestinos,
especialmente no grosso, encontramos uma grande quantidade de bactérias
benéficas que formam a flora intestinal normal. Essas bactérias são muito
importantes pois normalmente não deixam que bactérias que causam doenças
cresçam no intestino, estimulam o sistema imunológico, participam na formação
de vitamina K (responsável pela coagulação sanguínea e cicatrização de feridas)
e ajudam a reduzir a concentração de colesterol. Qualquer alteração na flora
intestinal, portanto, pode comprometer não somente o funcionamento intestinal,
mas também a saúde em geral.
Vamos falar
agora da constipação intestinal. Em primeiro lugar, define-se constipação
quando há menos de três evacuações em uma semana ou ocorre diminuição do número
de evacuações em relação aos últimos meses ou ainda ocorrem dificuldades para evacuar
normalmente.
O tratamento da
constipação depende basicamente de uma alimentação adequada, que favoreça o
crescimento da flora intestinal. Para isso, é importante o consumo de
substâncias prebióticas, presentes nos alimentos ricos em fibras. As fibras são
carboidratos que não conseguem ser digeridos e, portanto, chegando intactos ao
intestino grosso, servindo como nutrientes das células intestinais (inclusive
reparando aquelas que estão lesadas por uma infecção intestinal, por exemplo) e
promovendo aumento do bolo fecal. Este aumento das fezes, além de prevenir a
constipação, diminuem a absorção de açúcares, gorduras e colesterol, o que pode
ser muito útil em adultos e crianças diabéticos, obesos ou com excesso de
colesterol.
As fibras podem
ser encontradas em: aveia, cevada, farelo de trigo, produtos integrais, feijão,
soja, lentilha, ervilha, milho verde, abóbora, beterraba, vegetais folhosos,
cenoura, maçã e frutas cítricas e nas cascas ou bagaços de frutas.
Não confunda,
no entanto, prebióticos com probióticos. Estes últimos são alimentos que contém
bactérias vivas que favorecem o crescimento da flora intestinal normal. Estão
presentes em alguns iogurtes e leites fermentados, na forma de lactobacilos e
bifidobactérias.
Além da alimentação
adequada, um outro fator fundamental para a prevenção da constipação intestinal
é a boa hidratação. O consumo de, no mínimo, 2 litros de água por dia é
imprescindível para manter o bom funcionamento intestinal, manter a parede do
intestino saudável e eliminar as toxinas formadas pelo organismo.
Mas, lembre-se
que cada indivíduo é diferente do outro, portanto qualquer mudança importante em
sua alimentação ou na de suas crianças deve ser discutida com seu Pediatra ou
seu Nutricionista.
Texto baseado integralmente no Informativo Nutricional de novembro/2012 da Nutricionista Thaís Lamonica, CRN 21608. www.thaislamonica.com.